É realmente preciso ser-se muito maluco para continuar a fazer vinte e tal quilómetros para ir ao antigo Coconuts. Este fim-de-semana, e muito a custo, lá fui eu para a borga da linha. Uns copos no Estoril, avança-se para Cascais, uma volta pela Marina, uns bares da moda e acaba tudo no Coconuts. Devo dizer que aquilo até tem a sua graça no verão, ambiente de piscina, umas meninas de biquini, o sempre maravilhoso louro platinado, uns corpos bronzeados sabe Deus com o quê, mas a verdade é que o espírito comercial até se leva na boa. Mas no Inverno, e principalmente em dias de chuva e frio, mais parecia um baile para idosos na junta de freguesia.
À entrada são visíveis uns retoques na imagem, afinal trata-se de uma casa que já teve mais inaugurações que a Lili Caneças, o que mal comparado até demonstra um esforço acrescido. O porteiro faz-me lembrar aqueles Cabos que estão nas portas de armas dos quartéis em tempo de guerra que separam os feridos dos mortos. Ninguém se aproveita, mas mal por mal, deixa entrar os que ainda andam em duas pernas.
Uns copos depois e começa a ser entediante a insistência ridícula do DJ num som alternativo que mais parece de banda de garagem. Uma mistura de hip-hop com um já velho e cansado rap que resulta numa dor de cabeça certinha. Ah, esqueci de referir, o som do meu carro é sem dúvida 10 vezes mais nítido do que aquele que vem das colunas já gastas do “be nuts“ (tradução para português: “é preciso ser maluco!”)
Comecei então à procura de algo que pudesse tornar a minha noite mais agradável, e como bebida é coisa que não falta lá em casa, venham então as mulheres dar calor à festa. Mulheres? Eu disse mulheres? Enganei-me… estava animado a falar desta brilhante noite e esqueci-me deste pormenor: não havia mulheres!!!! Não fosse eu ir acompanhado com um amigo de longa data que sempre me entreteve a contar algumas histórias, e o mais certo seria passar a noite inteira a dar piropos à maravilhosa "barwoman" que só pensava em ainda ter de apanhar o comboio para o Cacém com aquela chuva. E por aquele andar vai continuar a fazê-lo durante muito tempo, porque se eu achava que havia no mercado demasiados cremes para mulheres, continua a faltar um especifico para tratar da tromba daquela moça.
Felizmente nunca trabalhei num bar mas se o fizesse com a cara que vejo na maior parte dos barman’s, decerto que acabava a noite a contar gorjetas… poucas... e gajas nem vê-las! E é esse o verdadeiro problema desta altura do ano, as mulheres giras e interessantes não saem à rua! E a explicação é simples e trata-se de uma verdade inquestionável: então elas passam 2 horas a esticar o cabelo, lacas, secadores, ferros de engomar etc… e mais hora e meia a meter cremes, betume, massa de polir e outras coisas na cara e depois vão para a rua a chover? Isso é quase a mesma coisa que um gajo tentar mijar contra o vento!!!! Por esta razão, decidi em reunião com a Sofia, exigir a colocação de um verdadeiro e fidedigno boletim meteorológico no nosso site (coluna da direita) para que a partir de hoje, nenhum de nós apanhe mais barretes como aquele que apanhei hoje. O pedido foi aceite por unanimidade... E acredito que a minha insatisfação ajudou na decisão, ia ficando louco!!! Ou “nuts”, como preferirem.
E porque já tarde, e como diz o Prof. Marcelo, “uma boa semana para todos”, que depois deste fim-de-semana, ou aparece uma alma caridosa (e “boa” já agora) a pedir festa, ou no final da semana lá vou eu direitinho para Bragança!