Onze da noite e toca o telefone. Era a Mariana a perguntar qual o andar... Senti algo estranho na sua voz mas não quis perguntar. Carreguei no trinco da porta lá de baixo e fiquei à espera cá em cima que nem um rato a olhar pelo olho mágico. Não deixei tocarem e abri a porta… e num ápice entra a Mariana desenfreada quase sem me cumprimentar. O parvalhão do namorado vinha atrás com um ar de quem ia ouvir. Ainda olhei para a escada mas nem sinal da Rita.
Depois de exigir a minha “boa noite!” (eu sei que é um hábito, mas um hábito de educação mínimo!) perguntei-lhe onde estava a Rita. E começa a aventura. A Rita queria que a fossem buscar a casa e o namorado da Mariana (o tal surfista que ainda não decorei o nome) não quis porque ela não gosta dele (e aí vão dois).
Disse à Mariana que achava inadmissível e apressei-me a ligar à Rita e ofereci-me para a ir buscar visto eles se terem esquecido (pois...). Ela disse que estava em casa a ver um filme e com esta chuva não lhe apetecia sair de casa, como vêem mais uma vez o factor meteorológico a funcionar… não falha! Fiquei até às 11 e tal a aturar aqueles dois cromos e quando a Mariana se preparava para ver um DVD que tenho em casa sugeri-lhe que seria melhor ir para casa “porque já é tarde e depois à noite é muito perigoso”. Quem não se lembra que leia uns posts atrás que está lá a explicação para esta minha atitude tão doce.
Preparava-me para tomar um “banho-e-cama” quando recebo uma mensagem da Rita: “Obrigado por tudo, foste um querido. Dscp n ter ido a tua casa m amanha vamos os dois tomar o peq almoço sim? Bjs Rita”. Fiz um espaço de tempo... não entrego o ouro ao bandido assim de mão beijada e enquanto me esforçava para não responder imediatamente aproveitei para mandar um e-mail a uma amiga que está em Itália e 9 minutos depois (quase cronometrados) respondi “Claro que sim minha homónima querida, ligo-te assim que acordar, beijinhos!”. Agora não tenho sono nenhum e acho que vou ao pequeno almoço de directa, estou numa excitação parva! Mas há uma coisa que gostei nela, a sua sinceridade e mesmo sabendo que estava a expor-se ou a entregar-se facilmente, mandou a mensagem e convidou. Assim fossem todas aquelas que julgam que ser mulher é fazer-se dificil porque se não dói, porque não demonstram que sentem?