A única profundidade que os homens admiram numa mulher é a do seu decote...
Depois de uns dias bastante atribulados em shopping’s e ruas cheias de pessoas, aproveitei o dia de hoje para dedicar-me inteiramente à Rita, e com isso resolver muitos dos problemas que têm estado a intrigar a minha mente. Irritam-me os jogos de relação, ou as relações que só funcionam como jogos, ou os jogos indispensáveis nas relações. A Rita deixou de mandar mensagens e eu senti que algo estava a quebrar e decidi ligar-lhe e dizer sem problemas que estava com saudades dela. Ficou estupefacta quando ouviu aquelas miraculosas palavras e automaticamente se disponibilizou para me ajudar a comprar os presentes de Natal que faltavam. Será assim tão inseparável o jogo de uma relação para a manter?
Fui buscá-la a casa a seguir ao almoço e passámos a tarde entre o Colombo, a baixa e as Amoreiras. Ainda pensámos em ir ao Cascais Shopping mas filas na A5, turistas e “tias armadas em tias” era coisa que estava definitivamente fora das nossas ideias. O dia de hoje foi várias vezes considerado por nós com Nova Iorque; a mistura de gente, de fumos e de cheiros a comida, as luzes e as pessoas na rua acabam por nos dar uma ideia fantástica da “big apple”. Parecíamos miúdos numa qualquer capital do mundo a passear às compras, não estávamos aborrecidos mas contentes e admirávamos cada montra como uma criança de seis anos. Gostei bastante do dia de hoje, foi bom sentir-me novamente criança... Ao final da tarde perguntei à Rita se queria jantar comigo, depois podíamos alugar um filme e ficar por casa. Seria a "nossa" noite de Natal. O programa encaixou que nem uma luva nas ideias dela, não fosse a mãe não ter sido avisada a tempo. É daquelas coisas que qualquer homem sabe: uma menina deve avisar os pais com antecedência prévia que não vai jantar! Às vezes os pais até parecem as chatas das hospedeiras de bordo que mal levantamos voo querem saber se vamos comer ou não, e carne ou peixe? Que mania feminina! A mãe lá autorizou perante a evidência natalícia e o facto de manter a filha em cativeiro nos próximos dias...
Chegámos a casa e a Rita pela primeira vez pareceu-me à vontade, sentiu a casa como se fosse dela, e não como uma casa onde visita regularmente. Não me perguntem porquê mas gostei imenso dessa atitude. Ambos fizemos o jantar, uma massa formidável que segundo ela me explicou antecede a reputação da família Guimarães. Ao que parece a mãe dela conquistou o pai com aquela massa e os mesmos ingredientes... Só me apetecia rir desta história ridícula mas retive-me e em jeito de gozo achei melhor dizer um simples: “-Ah, então era isso os loucos anos 40…” A verdade é que o prato é excepcional e deixou-me convencido… que ela cozinha bem! Sorvemos o jornal da noite como marido e mulher, e nem mesmo o facto de estarmos cansados permitia que deixassemos de falar de tudo e de nada. Rezei para que a Filipa não batesse à porta a pedir um ovo ou uma pitada de amor, isso sim seria uma catástrofe na minha noite! No entanto tenho reflectido um pouco sobre esta dualidade e a verdade é que a Filipa sabe que a Rita existe, e deve também saber que o que tive com ela foi tão-somente uma noite de prazer (e uma manhã!). Logo se me mostrar mais interessado na Rita, penso que ela saberá baixar a guarda... ou manter o necessário e absoluto silêncio sobre algo que venha a passar.
Começámos a ver o filme e a Rita avançava já as habituais bocas: “-E se eu te fizesse aquilo?” ou “-Achas que eras capaz de me fazer aquilo?”. Os habituais testes femininos a que todos os homens estão habituados e sabem responder como elas querem que nós respondamos. Se às vezes respondemos da forma pior é porque algo está a correr mal e apetece mesmo mandar para trás. No meio das perguntas, a que eu ia passando com destreza, surgiam beijos apipocados (são beijos que sabem a pipocas… há doces e salgados) e muitas festinhas que me provocam cócegas só comparáveis a torturas medievais. A dada altura o beijo foi mais quente e mesmo deitada no sofá, a Rita enrola as suas pernas em mim e as minhas mãos tiveram obrigatoriamente de sentir melhor as suas linhas. Apertei-lhe o rabo com força e julgo ter sido esse o mote para sentir um arfar e agarrá-la ao colo e levá-la para o quarto. Mal a Rita entrou começou a despir-se com uma naturalidade e um à vontade que em nada tinham a ver com a senhora arquitecta de há 5 minutos atrás. Será que por eu lhe ter dado para trás nos últimos dias ela decidiu entregar-se? O mais certo é ter sido um daqueles conselhos de mulheres... elas adoram contar tudo às amigas, e as amigas adoram dar palpites! Mas o palpite foi bom e comecei devagar para não assustar a caça. Deixou-me massaja-la por cima das cuecas brancas enquanto me retribuía e ao mesmo tempo gemia de prazer. Estava no ponto e enquanto eu sugava os seus peitos redondos ela diz num tom irónico:“-Não percebo essa vossa fixação, mas hoje é mesmo melhor ficares aqui por cima…” Ora bolas, segunda tentativa frustrada? Nem pensar nisso! E voltei à carga com conversa e tudo mais quando ela me elucida que está com o período e que não se sente à vontade. Bem... um homem não adivinha estas coisas... lá que ela estava com umas maminhas lindas estava! Depois de muita excitação e pouca acção disse-me que me amava, eu retribui e dei-lhe talvez o meu mais sincero beijo. Ela foi para casa por volta das cinco da manhã e só agora, enquanto vos escrevo, coloco a indubitável questão: será que vou ser capaz de me manter totalmente fiel? Assim me ajude esta quadra natalícia e todos os seus mais altos valores...