Todas as noites coloco o telemóvel para me despertar à mesma hora. Nunca o ouço e acabo sempre por acordar com o rádio. Hoje ouvi, e não gostei… estava cansado do fim-de-semana prolongado e tentei desligá-lo como calhou, e não calhou nada bem.
O meu telemóvel morreu! Nada que me importe muito, já estava a pensar em trocar, o pior foi mesmo os números que lá tinha, eram tantos que nunca guardava no cartão mas sempre na memória do telefone. A maior parte deles estão no meu ficheiro no computador pois faço regularmente os backup’s... o último que fiz foi quase há um mês, e há um mês o telefone da Rita não estava lá! E eu fiquei de lhe ligar!!!
Isto sim, já é razão para me preocupar... e agora começo a ficar seriamente zangado com a Nokia por construir telefones cada vez mais práticos, lindos e leves... mas que avariam sempre que um homem tem mau acordar. Talvez metade das mulheres da população mundial acorda com um homem ao lado e não pifam quando nós temos mau acordar! E se já tinha um problema para resolver com a Mariana, e queria evitar a todo o custo falar com ela antes de lhe dar uma descompostura pela atitude egoísta na sexta-feira, agora é que estou bem arranjado. Vamos lá ver se leva isto “levezinho”.
Liguei à Mariana e pedi-lhe educadamente se me podia dar o telefone da Rita pois tinha combinado uma coisa com ela mas entretanto o meu telefone avariou e perdi o contacto. Ela reagiu de uma maneira que me deixou enraivecido: “-Olha Sebastião, desculpa se não gostas do que vou dizer, mas não penses agora que te vais fazer às minhas amigas... não acho normal!!!” Nem percebi bem o que ela quis dizer com aquilo do “não acho normal!!!!”, ora bolas, o que “não acho normal” era se eu me fizesse aos amigos, agora às amigas? Esta Mariana sempre teve uns ciúmes doidos de mim e agora está naquela do “nem come, nem sai de cima”. Estou tramado...
Fui lanchar com ela à Vela Latina (os “haagen dazs” nesta altura do ano sabem muito melhor!) e expliquei-lhe que não tinha gostado da atitude egoísta ao querer ir cedo para casa naquele dia, e muito menos agora esta premissa de não poder ter algo com as amigas dela. Mas então o que se passa? Antes de me responder foi à casa de banho, num ápice agarrei na mala dela, e entre uma garrafa de água (será que leu algum anúncio daqueles que a água é um bem essencial e tem medo que esgote?) e a escova de cabelo cor-de-rosa, puxei do telefone e em segundos saquei o telefone da Rita, que passei a saber chamar-se Rita G.
Voltou da casa de banho e não deu por nada... de repente fiquei cansado, ela ficou parva a olhar para mim e viemos embora. As mulheres percebem cada vez menos os homens...