"Na montanha do lobo fique em silêncio; na montanha do urso faça barulho..."
Se é certo que nem todas as mulheres são iguais, também é verdade que os homens não o são. Já abordei várias vezes este assunto, mas foi preciso chegar o Natal para mais uma vez voltar a considerar as diferenças de cada um. Considero mesmo que nós, raça humana, continuamos a tentar comparar aquilo que não é comparável. É absurdo exigir de um homem comportamentos que são exclusivos das mulheres e vice-versa.
Senão vejamos: não cabe na cabeça de ninguém pedir à namorada para ir ali atrás daquela árvore fazer xixi porque ninguém está a ver, da mesma forma que é descabido exigir que um homem seja a melhor companhia para ir às compras ao Colombo a um Domingo! Se até aqui estamos todos de acordo, a coisa complica-se quando se exige que o homem tenha os mesmo comportamentos sentimentais que uma mulher. E até é lógico, mas a verdade é que constantemente somos assolados com responsabilidades que pura e simplesmente não fazem parte de nós.
Será aceitável exigir a um homem que tenha vocação para tratar do seu filho? Com certeza que esse será o sonho de todas as mulheres, contarem com o apoio do marido nas tarefas da casa. O que poucas as vezes se lembram é que para tudo existe gente talhada na vida. Se me perguntarem se gosto de electrónica, direi imediatamente que não, mas deverei eu ser capaz de algum dia ter arranjar o brinquedo de um filho meu?
É facilmente percebível que mulheres e homens acabam por ser fruto da sua educação e dos seus interesses, e é provavelmente aqui que se definem cromossomas e personalidades. As mulheres são criadas para criar. Toda a sua educação é talhada e moldada para a criação de filhos, a começar pelas bonecas e bebes amestrados que fazem xixi, falam etc. Quando perguntamos o que querem ser quando forem “grandes”, não hesitam em responder veterinária, médica ou enfermeira. Está-lhes no sangue ajudar os outros! Os sentimentos de carinho desabrocham mais cedo e parece que quando damos por elas, estão umas mulheres! Quais lobas defensoras das crias, que tratam da flora e da fauna, e passeiam a horas vagas quando a luz desaparece.
Já o homem é por natureza o contrário. Não somos educados para criar… Somos educados para sermos bombeiros, polícias, para darmos tiros aos ladrões e andarmos de carro que nem loucos! Ninguém quer ser médico quando é pequeno senão com o desejo implícito de poder ver tudo o que está por baixo das saias das meninas! É verem como falamos com um ginecologista… com respeito, adoração! Sortudo hã… Mesmo a maternidade, da qual somos apenas participantes, assusta-nos. A maior parte desmaia no momento mágico, e os que não desmaiam, estão lá fora a fumar cigarros atrás de cigarros. O homem não pensa em ter filhos, nunca foi criado para tal, fez… e pronto. Alguns arrependem-se, outros dizem que foi azar, e outros sorriem simplesmente denunciando o desejo assustador das mulheres que, sem perceberem, tornou-se seu também. Depois é pedir-lhes para mudarem fraldas e dar de biberão quando nunca agarraram numa coisa daquele tamanho que não tivesse um nome de uma peça de motor. E o mesmo acontece com as datas de aniversário, com os pedidos de desculpas, o gosto pelas flores, os carinhos, a voz doce… exigências que não têm cabimento nenhum no universo masculino, mas que à força de “sabe-se lá o quê” é-nos impingido como obrigação!
Por tudo isto, acredito que este texto não será só uma descontracção natural ou um estudo anexo, mas decerto um manual científico que muitos irão guardar e imprimir para mostrar a amigas, namoradas e mulheres que, tal como há 1000 anos atrás defendiam os japoneses, lobo e urso são diferentes. Os seus comportamentos, os seus interesses, a sua educação bem como as suas reacções. E não há que descriminar, há que compreender e respeitar essas diferenças. Por favor, não nos queiram fazer iguais!
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