Depois do verão e de digerir vinte revistas cor-de-rosa, é hora de desenterrar velhos tabus que continuam a deixar homens e mulheres a pensar. Se os olhos ficam quase cegos de tanta cor das revistas, é certo que nos deixa a todos várias dúvidas existenciais. A quantidade de gays, lésbicas e “bis” nas revistas é tanta, que a dada altura começamos a questionar se a nossa mente é retrógrada, ou se faltará descobrir algo mais sobre nós... Quem nunca pensou como seria se tivesse o sexo contrário? É certo que a maior parte só pensa, daí até começar a agir como um ser do outro sexo parece ser necessário aparecer nas revistas.
Eu próprio nunca dediquei muito tempo a questionar como seria se fosse mulher, aliás, diariamente me deparo com mil e uma situações que rapidamente desencorajariam qualquer um. Na verdade fico contente por não ser mulher, por ter tido essa “sorte” no tal cromossoma que nos faz ter um e não múltiplos orgasmos. A referência não foi ao calhas, essa é talvez das poucas coisas que invejo no sexo oposto.
Para começar, imaginam o que seria ter de mudar um penso quatro em quatro horas? Só pelo consolo usava tampão, assim sentia sempre algo dentro de mim! E porque insistem em chamar pensos higiénicos aquilo? Qual é a higiene daquilo? Todos os homens com curiosidade já abriram um tampão e depois de muito investigar a técnica da coisa somos unânimes: construímos casas, aviões, cidades da Lego e até fomos à lua mas aquilo não é fácil… aquela história do aplicador devia vir com um livro de instruções! E eu, se fosse rapariga, nunca metia uma coisa daquelas dentro de mim! A menos que se chamassem pensos de sangue... como os chouriços, os chouriços de sangue. São ambos feitos do mesmo, logo o mesmo nome. Aí sim, existiria uma razão de ser…Mas não, era demasiado agressivo para as “teenagers” de 12 aninhos.
Se repararem quando o período aparece a uma miúda, o pai fica impaciente, desconfiado, cheio de reservas e automaticamente começa a receber cartas de seguros, PPR’s e folhetos da loja de roupa para crianças lá do bairro. Parece que eles adivinham e têm aquilo estudado para começar a atacar assim que se inicia um novo ciclo menstrual. A partir desse dia, desaparece o sossego de uma família unida e feliz à hora de jantar. E depois são os namorados, parecem furões a rondar a casa, não descolam enquanto não repetirem os episódios das colegiais do Sexy Hot! Outra característica que merece análise são os anúncios. Fico horas a pensar quem serão as mentes brilhantes que recebem para fazer aqueles anúncios… Sugiro que inventem uma categoria especial para os anúncios de pensos imediatamente! As flores e piscinas, as tangas, os bonecos, a Natália Verbag? Dou comigo a achar que vivo noutro planeta! E no final reparem que dizem sempre o site na Internet (já se resolve a menstruação em algum blog?) e ainda oferecem uma amostra grátis...
Estou convencido que a maior parte das amostras são enviadas para os miúdos pervertidos que querem ver como aquilo funciona. Depois sentem-se demasiado burros e acabam por deitá-lo no lixo até que a mãe está a descascar batatas (pausa) Já ninguém descasca batatas! Irrita-me que agora é tudo de pacote, o que é feito das batatas? É que nunca mais as vi… (continua com reformulação) Até que a mãe está a descascar cenouras e vê um penso no lixo entre o pacote de leite e os cigarros do pai e lá se vai o jantar! Será possível termos atravessado os loucos anos setenta, inventamos aviões supersónicos, fomos à lua, fizemos guerras e chegámos a outros planetas, conseguimos colocar um computador em cada cinco habitações, e não resolvemos o problema da menstruação?
Mas será assim tão difícil perceber que seria o maior nicho de mercado que já se conheceu depois da pílula? Com a vantagem de não conhecer nenhum homem que fosse à farmácia comprar a pílula à mulher, mas consigo visualizar tantos que se atrasariam ao jogo do Sporting só para terminar com aquele maldito período…