Hoje acordei com o meu novo telemóvel. Procurei-o entre os lençois e as remelas e lá consegui ver, era uma mensagem da Rita. A esta hora? Acordou cedo! "Bom dia! Toca a levantar mandrião! Vou-te buscar às aulas e vais almoçar cmg por isso n leves o carro. Estou cheia de sdds tuas! 1000 bjs" Adoro ser bem mandado logo pela manhã... E já tinha saudades de receber estas mensagens de carinho por parte de alguém, não é bom sentirmo-nos amados? E presos? Pois esse é o reverso da medalha e ainda não consegui decidir se valerá mesmo a pena largar tantas mulheres (boas!!!) por uma só... A Rita está a deixar-me a falar sozinho, (ou a escrever para vocês!) e quanto mais penso mais confusão se faz na minha cabeça. Ontem mesmo recebi um e-mail de um leitor a perguntar-me: “(…) afinal qual é o teu problema? Tens medo de te apaixonares pela Rita? Mas estás parvo? Ela não é impecável, então o que se passa?” Pois é, e tive a manhã toda a pensar nisso enquanto muitos deixavam comentários de incentivo, mas a verdade é que a última relação que tive foi bastante complicada precisamente por me ter envolvido demais. É aquela velha máxima do Variações “quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga...”. Passei uma altura complicada e agora começa a ser cada vez mais difícil olhar para uma relação com a mesma ignorância de há uns tempos. Aprendi com o tempo que o amor é muito bom e só vale a pena se for levado a sério, e aprendi com o coração que desta forma pode ser muito perigoso. Começa-se por construir sonhos, fazer juras e promessas, e quando acaba parece o fim do mundo...
Meio-dia e meia e a Rita estava à porta da Universidade. Eu parecia um puto a sair da escola, ela fez questão de se meter comigo e gritou alto para toda a gente ouvir: “Mano, despacha-te que tenho mais que fazer!” Estou tramado... além de gira também tem bom humor. Estava com o seu sorriso arrasador, os seus lábios conseguem deixar-me com tesão em segundos… e quando fiz uma cara de mau (na brincadeira…) ela fez uma expressão de amuada que me deixou completamente louco! Atirei-me para o lugar do condutor e beijei-a ali mesmo, ela largou o volante e aproveitou aquele tempo como se estivéssemos em casa! E nesse momento tive a certeza que amanhã iria ser acusado na faculdade de andar a papar a minha irmã...
Fomos almoçar ao Mcdonald’s em Belém (tenho de me preparar para os presentes de Natal...) e passamos o almoço a conversar sobre nós. Vejo nos seus olhos verdes a vontade de me querer mostrar a casa, apresentar aos pais e contar todos os momentos importantes dos seus 23 anos. E não compreende que os seus 23 anos são exactamente aquilo que me assusta, não é por ser mais nova mas sim porque nada a compromete... Se for preciso despacha-me para o Zaire mais rápido e com mais facilidade do que troca de cor de cabelo! Perdemos a tarde a andar junto ao rio, o sol convidou e eu aproveitei para colocar-me mais à vontade e trocámos beijos como namorados. Aliás, ela a dada altura referiu qualquer coisa do género: “o meu último namorado… isto é, o anterior…” Eu não percebi bem porque ela fez uma pausa para reflectir mas foi muito rápido. Ainda não tentei nada mais físico com ela, não me sinto à vontade em estar a comê-la quando estou indeciso se a quero beijar! Eu sei que vocês querem festa, mas não faz o meu género... mas já a sinto a agarrar com força como que a pedir mais (calma rapazes!). Ainda nem comentei isto com a Sofia senão ela diz logo para lhe saltar para cima antes que seja tarde. E se for tarde apanho outro autocarro!
Deixou-me em casa por volta das 5 da tarde e combinamos sexta-feira ir fazer umas compras de Natal e jantar em minha casa. Nem sei se tenho alguma coisa para o jantar de hoje quanto mais para sexta-feira, mas na pior das hipóteses peço uma pizza. Esta miúda está a deixar-me doido… e não fosse esta incerteza, nesta altura estava feliz. Não seria inconsciência, seria antes ignorância.
Agora tenho medo de bater com a cabeça na parede… e mantém-se a dúvida sobre o que dura mais… a bigorna, ou o martelo?